quarta-feira, 15 de julho de 2009

Quando Deus diz: "-De volta ao rumo certo!"



DE VOLTA AO RUMO CERTO

Sandy Snavely

Meu marido e eu gostávamos imensamente de velejar. Demos ao nosso barco de 27 pés o nome de Mar Sensual, porque ele representa para nós a sedução que a água exerce em nosso espírito aventureiro. Quando a água está calma e o vento sopra tranqüilo, velejar é uma experiência profundamente enriquecedora. Contudo há ocasiões em que a água se torna violenta e o vento sopra terror através de nossas veias, como se fosse um inimigo invisível.
Certo dia, enquanto subíamos o rio Colúmbia em direção a Astoria, um fenômeno marítimo, conhecido apropriadamente como “fazedor de viúvos”, interrompeu nossa pacífica viagem. Ondas de quase dois metros batiam em nós, uma após outra, e tivemos de nos firmar para enfrentar os solavancos.
De repente, Bud ouviu um som que parecia vir da proa. Ao esticar o corpo para enxergar através da água que o vento atirava à nossa volta, ele constatou que a âncora havia se deslocado do lugar e estava batendo contra o casco do barco. A cada pancada, aumentava o perigo de ser aberto um buraco na fibra de vidro, ameaçando nossa segurança.
Bud fez, então, a coisa mais assustadora que o vi fazer. Sem um colete salva-vidas ou uma corda de segurança, ele se dirigiu à extremidade da proa, deixando-me na cabina para manejar o leme enquanto ele resolvia o problema da âncora.
Um dos meus pontos fortes na arte de velejar sempre foi minha habilidade em manter o barco no rumo certo – até aquele momento em que a vida de meu marido estava em risco, na beira do barco. Ondas cada vez mais bravias batiam nele, como se fossem gigantescos ciganos do mar tentando abatê-lo. Focalizando os olhos em Bud, eu comecei imediatamente a planejar o que fazer para resgatá-lo caso ele caísse na água.
O som da voz do meu marido gritando para mim através da tempestade afastou meu medo e fez-me voltar a raciocinar:
-Retorne ao rumo certo! Aponte o barco na direção do marcador!
Desviar os olhos de meu marido e focalizá-los no marcador foi, para mim, a ordem mais difícil de obedecer. Meus instintos não permitiam que eu virasse as costas àquilo que parecia ser a necessidade do momento e passasse a confiar nas regras da água. No entanto, quando obedeci ao comando de Bud, fui capaz de retornar o barco ao rumo certo. Bud prendeu a âncora no lugar e, mais uma vez, mais uma vez estávamos seguindo a direção correta.
Naquela tarde nós dois aprendemos uma preciosa lição: O perigo ronda em cada esquina e somos tentados a desviar a atenção de nossos verdadeiros objetivos, a mudar as regras para resolver o que parece ser a crise mais iminente da vida.
Porém existem princípios sólidos desenvolvidos para nos levar em segurança ao nosso destino, se estivermos dispostos a confiar neles e não nos desviarmos do rumo diante de medos repentinos. Devemos estar determinados a estudar os mapas, seguir as regras, e firmar o rumo, ou cairemos de cabeça nas águas profundas quando as tempestades da vida nos atingirem.

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